sábado, 9 de dezembro de 2017

Entrevista

Entrevistada: Laura Santos.

1_Quantos Anos a senhora tem?
56 anos

2_Há quanto tempo mora no Bairro de Valéria?
A quase 25 anos.

3 _Qual foi o motivo da migração?
Aqui eu tinha uma casa própria que foi construída pelo meu marido. Tínhamos e ainda temos um material de construção que é bem conhecido no bairro. Muitos amigos e clientes, não tinha mais porque viver de aluguel. Decidimos então nos mudar para cá, gosto muito daqui, mas sinto que já moro a muito tempo. Chega uma hora que cansa, antes aqui parecia a zona rural com muitas fazendas, frutas, gado, tranquilidade, hoje não reconheço meu bairro que está mudado, está mais violento e movimentado ,por um lado está parecendo zona urbana.

4 _O que mudou no bairro desde o dia que se mudou até os dias atuais?
Mudou muita coisa, tem muito mais casas, apartamentos, tem muita violência. Quando eu cheguei aqui na frente da minha casa tinha um campo gigante, hoje tem duas escolas e uma UPA. Ainda precisa melhorar.

5 _O que acha da estrutura do bairro?
Aqui apesar de ter chegado muitos moradores, escolas e UPA, ainda tem muitas ruas de barro que não tem água encanada, saneamento básico, creches.


6_O que a Senhora melhoraria no Bairro?

Traria um hospital, bancos, asfaltaria todas as ruas, construiria creche e avisaria ao prefeito que o bairro de Valéria existe e está precisando de assistência, pois ele parece que não lembra desse povo.

Quilombo



Anteriormente o bairro de valeria era propriedade de fazendeiros muito ricos. Por causa da falta de geladeira e distância do bairro para o centro era muito difícil se cultivar alguns tipos de frutas e transportar carne.

Daí então esses fazendeiros possuíam grandes plantações de cana de açúcar que eram cultivadas pelos escravos, que por muitas vezes eram trazidos do exterior. Esses escravos tinham muita experiência na plantação, cultivo, colheita e cuidados com as plantações de cana. Por esses motivos eles possuíam total responsabilidade na produção desse serviço. A quantidades de escravos não era muito grande, acredito que esse motivo não existem muitos terreiros no bairro.

De acordo com o relato de moradores antigos os quilombos eram formados nas proporias fazendas próximos as arvores de mangueira que trazia muita sombra ,embaixo dessas arvores era onde eles se reuniam ,cantavam ,jogavam ,prestavam sus cultos e tinham seus momentos.

Estrada das Boiadas

Os viajantes antigos descrevem o desfile de caravanas de burros, de mula, ao longo das pistas,  os carros de bois, nas descidas das serras, com rodas de madeiras puxadas por bois , transportando farinha. Eram os tropeiros e os carreiros .
Eles abriram os caminhos com paradas, ,repousos e pousos, que se tornaram aglomerados.
Em algumas dessas paradas eram obrigados a fazerem o pedagio-registro da mercadoria que conduziam. Havia outra categoria de caminho que atuaram na origem das cidades: as estradas das boiadas os caminhos do gado.
As estradas das boiadas eram batizadas de poucos . No nordeste onde a troca de gado fôra mais importante entre o sertão e o litoral, as cidades do gado se multiplicaram .Ali a maioria das aglomerações, teve essa origem.
Pierre De Fontaines.

Bairro de Valéria

Valéria é uma bairro localizado em Salvador, muitos falam que valeria pode ser o primeiro bairro, outros dizem que é o último. O bairro tem muitos habitantes e assim uma vasta cultura. Os moradores mais antigos do bairro mostram sua paixão e alegria quando falam do encanto que o bairro traz, pois apesar de já ter evoluído muito e está na cidade, ele ainda carrega um clima de interior, onde passam bois, cavalos, tem muitos sítios naturais, lagoa, e bica.
Anteriormente o Bairro de Valéria era uma grande fazenda de  donos muito ricos,
pertencentes as famílias tradicionais: Schindller, Temporal e Omaque, dando origem a loteamentos e invasões.



Um dos fazendeiros, o que possuía a maior parte das terras teve algumas filhas, porém a sua filha mais querida tinha o nome de Valéria, daí então o grande fazendeiro resolveu colocar o nome da fazenda de Valéria em homenagem a sua querida filha.
O bairro de Valéria e Pirajá estavam integrados.  A BR 324 era a estrada das boiadas, a BR 324 separou os bairros de Pirajá e Valéria, eles sempre foram bem próximos. .
Uma viagem de Valéria até o centro demoraria uma manhã inteira , por isso os fazendeiros de lá não conseguiriam vender muitos produtos, pois nessa época não tinha como guardar as coisas, era então difícil plantar alguns tipos de frutas que tivessem pouca duração, carne dentre outras coisas .Por esse motivo os fazendeiros plantavam cana de açúcar, isso vem de uma tradição de africanos, que ficavam responsáveis em cuidar da plantação de cana e corta-las e estocar.
Valéria era uma região de parada a boiadas passava lá e parava para descansar, muitos acabavam ficando lá por gostar do bairro, por isso o bairro é formado por vários moradores que vieram de muitos interiores.

O Bairro de Valéria está situado à margem direita da rodovia BR-324, no sentido da Feira de Santana-Salvador. Trata-se do primeiro bairro da capital soteropolitana para quem acessa Salvador por esta rodovia e está localizado a 23 quilômetros do Centro.



De acordo com o blog http://blogdobairrodevaleria.blogspot.com.br/,O primeiro loteamento oficial do bairro foi o do Temporal. Outros loteamentos invasões surgiram sem estrutura, sendo o mais recente o da fazenda Omaque, originando a localidade da Boca da Mata. Onde hoje temos a localidade de Nova Brasília, as terras eram propriedade do CIA-Centro Industrial de Aratu. Concluímos que o bairro é composto de conglomerados de loteamentos, destacando-se como os mais importantes: Derba, Boca da Mata, Nova Brasília e Lagoa da Paixão.



Até o ano de 1969, o bairro fazia parte do município de Lauro de Freitas ,porem em 26 de setembro de 1969 a Câmara dos Deputados aprovou projeto desligando Valéria do município de Lauro de Freitas e anexando-se à Prefeitura Municipal de Salvador, na condição de subúrbio. A íntegra do projeto foi publicada no Diário Oficial dois dias depois.

Graças a sua localização privilegiada do ponto de vista da logística, o bairro de Valéria abriga muitas empresas de transporte de cargas e algumas fábricas que geram emprego no bairro. Umas das empresas mais conhecidas por aqui é a Ortobom, que agrega muitos funcionários nos seus três turnos de funcionamento.